A tesoura é uma das ferramentas mais antigas criadas pelo homem, fazendo parte do cotidiano de diferentes culturas pelo mundo há milhares de anos. Na Mesopotâmia há mais de 3000 anos, por exemplo, eram instrumentos com molas entre duas lâminas de bronze, sendo utilizadas principalmente para cortar pelos e cabelos das pessoas. Tesouras com lâminas ligadas por um eixo surgiram na Roma Antiga, sendo fabricadas em bronze ou ferro. Esses dispositivos foram precursores das tesouras contemporâneas.

Já no século XI, o médico cirurgião andaluz (Espanha) Abulcasis al-Zahraw descreve o uso desses dispositivos em sua rica enciclopédia médica (al-Tasri li-man ‘ajiza ‘an al-ta’li). Especificamente, na segunda parte da obra ele descreve o uso de diversos instrumentos cirúrgicos, dentre os quais inúmeras tesouras. Esses dispositivos seriam então aplicados em diversos procedimentos, indo da amputação de membros à processos delicados em veias e artérias.

As tesouras para microcirurgias do Museu de Biociências são instrumentos originalmente utilizadas na oftalmologia. Porém, são comumente usadas em diversos laboratórios para cirurgias experimentais em ratos e camundongos. O pequeno porte desses animais leva à necessidade do uso de instrumentos diminutos e ultra precisos tais como essas delicadas tesouras que o Museu apresenta.

A coleção exposta aqui então é uma das mais importantes do Museu e foi adquirida pelo Prof. Elisardo Vasquez em sua longa carreira como pesquisador. Todos os instrumentos apresentados foram ativamente utilizados em muitas de suas pesquisas.