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A estereotaxia é um meio de se chegar a estruturas dentro do cérebro e realizar procedimentos cirúrgicos com alta precisão e controle em pacientes ou animais de pesquisa. Esse processo surgiu após a invenção do primeiro aparelho estereotáxico por Sir Victor Horsley e Robert Clarke em 1908. Eles mostraram que utilizando esse aparelho era possível definir um ponto no cérebro considerando coordenadas cartesianas.
O aparelho que consta no acervo do Museu de Biociências Elisardo Vasquez é o mesmo utilizado pelo Prof. Vasquez na época em que ele atuava no laboratório de Michael Brody. Foi a partir desse dispositivo que ele pode injetar μL de uma neurotoxina, conseguindo demonstrar que a região que ele estudava (RVLM) era de onde partiam comandos para o controle da pressão arterial e frequência cardíaca. Essa tarefa só foi possível a partir do mapeamento de todo o cérebro do rato realizado por George Paxinos e Charles Watson, publicado em 1986 pela Academic Press.
Já no seu segundo pós-doc oito anos mais tarde, agora no laboratório do Prof. Alan Kim Johnson, o Prof. Vasquez foi chamado a comparecer com urgência no antigo laboratório de Michael Brody. Lá ele soube que os aparelhos utilizados estavam sendo distribuídos aos alunos, professores e pesquisadores da universidade. Ele então conseguiu salvar para si o seu antigo aparelho estereotáxico. O dispositivo foi então trazido para o Brasil, ajudando no desenvolvimento da neurociência na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Por fim, Destacamos que o museu possui um dispositivo utilizado no estereotáxico que não é comum em outros lugares. Uma das barras que prende o animal pelos ouvidos possui um orifício através do qual pode ser introduzida uma agulha romba para aspirar a adenohipófise, região localizada na base do cérebro do rato. Essa técnica foi utilizada pelo Prêmio Nobel Bernardo Houssay.