A primeira observação do valor de pressão arterial foi feito em uma égua utilizando um tubo de vidro de quase dois metros de altura pelo reverendo e botânico Stephen Hales (Inglaterra) em 1733. Esse experimento foi miniaturizado quase 100 anos depois por Jean Léonard Marie Poiseuille (França) em um frágil tubo de vidro de 20 cm de comprimento preenchido com um produto químico de grande densidade, o mercúrio metálico. Usando essa coluna de vidro, Carl Ludwig (Alemanha) inventa em 1847 o quimógrafo para registrar permanentemente as ondas de pressão arterial. Em seguida, começa a construção dos esfigmomanômetros, dispositivos utilizados até hoje. Essa criação se deu a partir das pesquisas de Scipione Riva-Rocci (Itália), o qual inventou o manguito e a pêra insufladora em 1896, e de Nikolai Korotkov (Rússia), que identificou os cinco ruídos do turbilhonamento sanguíneo em 1905. O primeiro ruído que aparece ao desinsuflar o manguito corresponde a pressão máxima (sistólica) e o desaparecimento do último som indica a pressão mínima (diastólica).
Aproximadamente na mesma época de Riva-Rocci e Korotkov, um habilidoso aluno de medicina chamado F. Mahamed é convidado pela indústria a ajudá-los a produzir um aparelho que registrasse de modo não invasivo a pressão arterial. Esse aparelho ficou pronto em dois anos e era utilizado preso ao braco dominante do paciente e permitia fazer vários registros durante 24 horas, sem necessidade do médico presente. Essa versão era mecânica, gravando em papel as ondas de pressão de tempo em tempo. Com o desenvolvimento da eletrônica, esse tipo de registro deu origem a um sistema oscilométrico, o qual corresponde a forma como funcionam os atuais Monitores Residenciais de Pressão Arterial (MRPA). Esse sistema permite memorizar e demonstrar no monitor várias medidas feitas pelo paciente em horários determinados pelo médico. Com isso a medicina conseguiu eliminar o chamado “efeito do jaleco branco”, que consiste em registro incorreto da pressão arterial apenas por estar na presença do médico. Esse equívoco é de origem puramente psicológica.
Na década de 1990 o Dr. Nelson Spritzer (RS) introduziu no Brasil a chamada Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA). Esse procedimento era feito por um aparelho programado em um computador para medidas a cada 60 minutos durante o periodo do dia e a cada 30 minutos durante período da noite, isso tudo por 24 horas. Esses aparelhos eram grandes, desajeitados e pouco confortáveis por conta de suas baterias. O Prof. Vasquez, por sua vez, ao ver que as duas primeiras horas do MAPA registravam sempre valores mais altos que a média das outras horas, inovou e passou a fazer registros com 26 horas, desprezando as duas primeiras. O museu possui uma coleção de esfigmomanômetros de diversos tipos e tamanhos, assim como diversos estetoscópios que os acompanham. Além disso, apresenta também aparelhos digitais (MRPA e MAPA) para aferição da pressão, tanto em pesquisa científica e quanto na prática clínica.
Esfigmomanômetros
Fabricante:
Diversos
Ano de Fabricação:
A partir da década de 2000
Local de Fabricação:
Brasil
Função:
Aferir pelo método auscultatório a pressão arterial em pessoas de diferentes biotipos e idades.
estetoscópios
Fabricante:
P.A. Med
Ano de Fabricação:
2020
Local de Fabricação:
Brasil
Função:
Utilizado para auscultar sons do turbilhonamento sanguíneo
acessórios para esfigmomanometro
Fabricante:
Vários
Ano de Fabricação:
Vários
Local de Fabricação:
Vários
Função:
Diversas peças (peras e manômetros) de reposição para manutenção e detalhamento de esfigmomanômetros. Detalhe para os manômetros abertos para a demonstração do seu funcionamento.
Monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) e monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA)
Fabricante:
MRPA: Onrom
MAPA: SpaceLab
Ano de Fabricação:
1995, 2005 e 2010 (de cima para baixo)
Local de Fabricação:
Estados Unidos
Função:
Monitorar de forma precisa a variação na pressão arterial do indivíduo no decorrer de períodos mais longos, retirando dos resultados o efeito do “jaleco branco”.
pletismógrafo de cauda para camundongos
Fabricante:
Kent Scientific Corporation
Ano de Fabricação:
2010
Local de Fabricação:
Nova York, Estados Unidos
Função:
Conjunto de dispositivos utilizados para aferir de forma não invasiva a pressão sangüínea de camundongos. O processo é realizado com o animal imobilizado em um tubo de acrílico no qual é possível verificar a medida através da sua cauda. O sistema acompanha um teletermômetro para verificar se a temperatura do roedor está de acordo com o protocolo requerido.